diogo? sim, tu
01:050

diogo,
     dei por mim no 735 com destino Cais Sodré de livro na mão. fingia ser lido. todos os cantos, todas as ruas que conseguia ver do autocarro me pareciam suspeitos de te terem visto passar. 
     não consigo entender como não gostas da nossa cidade - era só nisso que pensava hoje. Lisboa é espelho da verdadeira História, do Amor puro, do incontornável Fado. ah...como lamento nunca te ter conseguido provar isto mesmo! mas há tanto que não consegui mostrar-te ser real.
    por mais que queira convencer-me de que sei o que faço e de que esta é a decisão correta, não consigo. não sou capaz de seguir em frente. falta sempre aquele último empurrão. aquela palavra menos elegante fica por dizer. 
     sinto um vazio que me enche de certezas de nada. e o que é certo é que esta sensação me faz relativizar tudo. tu sabes que espaço é este e nem mesmo assim pareces querer reconhecer. o quanto te afastaste da pessoa maravilhosa por quem me apaixonei, de quem sentia o maior orgulho. 
     não foi suficiente. não fui suficiente. não éramos o que querias para ti ou pelo menos nunca tiveste a coragem de o assumir. contudo, não sou da opinião de que foi em vão. não foi sem razão. ainda foram umas quantas alegrias, uns quantos momentos embaraçosos, uns quantos pormenores que fizeram de mim a pessoa que sou; e também de ti a pessoa que, melhor ou pior, és.  
já te disse tudo tantas vezes que se torna difícil pensar em algo que ainda não saibas. mas deixo isso para outra altura.
uma altura menos atribulada. uma altura que seja imune aos efeitos destas minhas decisões. 
foste quem me moveu durante anos diogo, 
agora é tempo de eu ser o melhor de mim mesma.
clarinha

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O grande herói, o viajado.
14:500

As viagens já não são desculpa para ninguém. Nem mesmo para o maior ingénuo, o maior falhado, aquele que me deixa sempre, educadamente, no início do ciclo. Depois de te ajudar a fazer as malas e depois do medroso e já arrependido «quanto tempo vais estar fora desta vez?». Já nem o que sinto por ti chega para acreditar que vale a pena.
Acordei contigo ao meu lado, despenteado e preguiçoso. Comecei aquela luta interna para tentar chegar ao relógio que está na mesinha cabeceira. Inesperadamente, sinto-me a cair e acordo onde me deixaste. Usaste-me, fizeste de mim o teu porto seguro, aquele lugar cheio de almofadas e sacos de água quente, onde tudo está pronto para receber o aventureiro. O grande herói, o viajado.
Aquela última vez que te vi na esplanada, percebi o que realmente vale a vida. Percebi também que não valemos o mesmo na vida um do outro. A mim bastava-me o alívio da tua mala a cair no sofá da nossa sala secreta. O reconforto da tua gravata esquecida no nosso chão.
Mas agora, não há mais ciclos. Não vão existir mais chegadas para que haja partidas. Houve uma última partida, que me deixou desejosa que nunca tivesses voltado. Não da maneira que voltaste, altivo, distante e amargo.

Agora receio como nunca reencontrar-te, receio a hora em que todos os ensaios se vão tornar devaneios. 

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COMPETITION ENTRY - Who is the best member of the family?
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     My mother should be the one to win this competition. My mother, whose name is Manuela, has always been the most proactive member of my family. She takes after her mother, who had been for years, the family mediator. Nowadays, my mother is the one who understands each one of us. Not only is she full of life, but also she has a contagious personality. If you get to know her better, you will see how brash she can be. Due to this fact, it is always a pleasure to be around her.
     She is always telling me people should not compare themselves with each other. Instead of that, people should establish their own goals. Somehow I think this principle has been what made her who she is today. My mother would never give up on her dreams and goals even if she saw the world was against them. The only time I have ever seen her quitting was to help us, her family. She has never forgotten us for a second for as long as I can remember.
     My mother is more than worthy of winning. She has been doing everything she can to show us the best side of life. However, our world is unfair. Fortunately, and thanks to my mother, I am sure that, in the future, I will have learned more about how to survive and behave in society. She has got a world to teach.


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