8 # carta para a pessoa que mais odeias ou que te causou mais sofrimento
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Diogo,
        És capaz de não querer ler, és capaz de não querer sentir o que senti quando, mais uma vez, me deixaste sofrer sozinha. Não me parece que queiras partilhar o que quer que seja comigo, nem ódio. Nem mesmo aqueles olhares carregados de desprezo, que só mostram o quão frio consegues ser.
         Sempre te amei, até mesmo quando ainda nem sonhava que um dia te ia conhecer. Tenho a sensação de que já te amava, no fundo. Soubeste conquistar-me, soubeste fingir ter sentimentos tão bonitos por mim que me convenceste que eras diferente. Com o teu calor sentia-me segura, mesmo que não fosse tua intenção proteger-me, eras tu quem me fazia sentir bem. Acima de tudo, abraçaste-me quando mais precisei - sentias o que eu sentia - isso era o que tinha mais valor. Conhecias a minha voz como ninguém, conhecias o cheiro dos meus cabelos. Mas hoje, sei que era tudo um manto de sonhos, um manto que com facilidade desvaneceu. Deixaste-me chorar sem ti, correste por quem não o merecia e para quem te desprezava. Chorei quando vi que tudo o que tinha vivido contigo até então eram tudo ilusões minhas, fingimentos teus. Nunca to mostrei, não valia a pena.
         Também não deixei que me enganasses mais: fui ter contigo e disse-te tudo o que nunca te tinha dito porque não te queria magoar. Quis sempre proteger-te. Para nada. Nesse dia, senti-me livre como há muito não me sentia. Na verdade, pensei em voltar atrás para me sentir segura outra vez perto de ti, mas percebi que tinha de encontrar essas certezas dentro de mim e não te deixar mais tocar no meu coração.
         Hoje, nem te falo. Hoje, sou capaz de passar por ti e nem te sorrir. E sabes porquê? Simplesmente porque já não sou a ‘tua Clarinha’. Sou minha, e só tenho a dizer-te que aprendi a sorrir sem ti, já tenho confiança em mim própria.
         Pode ser que um dia mudes, e aprendas que ninguém nasceu para cuidar de ti e do teu dom para magoares as pessoas. Alimenta esse vício sozinho. Já tive a minha dose de enganos.
Nem te digo ‘’até breve’’,
Tenho medo de te ver e cair de novo na tentação.
Aquela.. de te amar.
Clara

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